quinta-feira, 31 de março de 2011

o novo.

Adeus ao velho
Seja bem vindo o novo
Dizem que vinho bom é vinho velho
O velho é bom enquanto não virou vinagre
Depois de fel
Impossível beber
Prefiro o novo
As novas idéias
Os novos caminhos
Os novos velhos
Os novos jovens
Os novos...
Os novos
Por eles e para eles
As novas técnicas
As novas fontes
As novas virtudes
Os novos jeitos
Os novos.

ver...

Hoje não mais te vejo
Por mais que meus olhos estejam bem abertos
Não te vejo
Não que não estejas por perto
Não tenho pelo simples fato de não seres mais o mesmo
O menino que correu
O menino que largou o tênis e pisou na grama molhada
O menino que brincou com a bola no parque
E que  quando jogou não tocou no chão
Flutuou
Riu e chorou
Esperneou
Fez manha
E cresceu
Ficou mais forte
Mais diferente
Mais.. mais...
Fugiu-me a palavra certa agora
Mais... mais... como é mesmo?
... assim, tu amadureceu
Amadureceu?
Sim amadurecer não significa que envelheceste
Somente estais pronto para colheita
Semente do arrozal dos deuses.

Um dia

Um dia por acaso
Por acaso?
Acaso existe?
Sabe que não sei...
Mas deixa-me continuar
Eu encontrei um anjo
Anjo especial
E fora do comum
Anjo que samba
Anjo que dança
Um anjo vestido de luz
Um anjo que me falou do cotidiano
Não me apresentou nenhuma tabua
Não me deu nenhuma lei
Não me questionou
Simplesmente me encantou
Me fez ver o lado bom da vida
Sem precisar fazer uso de coca-cola
Brincamos, corremos
Divertimo-nos
E por fim quando cansado
Disse-me tenho nome humano
Estou aqui
E para sempre seremos eu e você
Então percebi que anjo são tão naturais quanto imaginamos.

Para não dizer que não falei do amor.

Sabe essa coisa de amor
É incrível né?
Quando menos esperamos somos acertados
Nossa um flecha mágica, cantada, divina quem sabe?
Nos deixa assim
Como crianças
Dá vontade de pedir colo
E diz que tem fome
Fome?
Fome de papinha e coisas desse gênero?
Não seu bobo
Fome de amor!
De amor?
É possível sentir fome de amor?
Sim é possível sentir fome de amor.
É como que algo dentro de ti clamasse
Buscasse, dependesse
Ou seja, tu ficas totalmente entregue, rendido
Então num súbito momento
Algo incrível acontece
Você adormece
E pedi para não acordar pelo medo de ser um sonho
Então ao acordar tu percebes tudo foi real
Até quando?
Como assim até quando?
Até quando tudo ainda for mágico
Até quando tudo ainda valer apena
E quando não mais valer?
                                                  Então será mais uma lembrança 
                                uma boa lembrança escrita em letras garrafais douradas

sexta-feira, 18 de março de 2011

Sorrir.

Como é bom sorrir
Sorrir para esconder o nervosismo
Para esconder a emoção
Para dizer o quanto feliz estais
Para dizer como é gentil
O sorriso depois das lagrimas
Depois do trabalho conseguido
Depois da promoção
Depois do din din na conta
Depois do parto
O sorriso do primeiro dente
O sorriso depois da cantada
Depois da piada
Depois da trovada
Depois da trovoada
Depois falassada
Depois
O sorriso
Depois o sorriso
Sorriso depois?
Não!
Sorriso agora.



Lembra meu amor.

Lembra
Lembra de quando eu fui fiel
Lembra de quando sorri
Lembra as promessas
Lembra os olhares
Lembra as dificuldades
Lembra das falas
Lembras dos acertos e erros
Lembra de ti e lembra-se de mim
Lembra das corridas
Lembra do andar
Lembra da cinestesia
Lembra de tudo o que fizemos
Lembra de quando nada fizemos
Lembra?
Vai dizer que tu se lembras de tudo isso?
 Nossa gente, quem vive de passado é museu.








Flores.

Flor todos nós amamos as flores
As pequenas e as grandes
A cultivada e mal cuidada
A cheirosa e as fedidinhas
As dorminhocas
Enfim todos gostam
Mas não gosto de cena e do local que muitas vezes são destinadas
Elas ficam no sinal de transito
Vendem balas
Pedem esmolas
Correm riscos
Elas
Rosas que deveriam estar sendo bem cuidadas
Salve por pelo menos hoje, uma dúzia de rosas.

A realidade.

Caiu o elevador
Caiu o menino na rua
Caiu o professor ético
Caiu o medico e seu juramento de proteger a vida
Caiu a biomedicina
Caiu o jornalista
Caiu o analista
Caiu o comentarista
Caiu o advogado
Caiu o psicólogo
Caiu ele e
Caiu o fulano
O sicrano
  O beltrano na mesma está
Enfim tudo é assim
Quem de pé está, cuide para não cair.

Dinheiro na mão é vendaval.

Dinheiro na mão é vendaval
Mas confesso que a saúde
A alegria
Os cafés
E os almoços em família
O amor
As amizades
E cachoeira
A carretilha
O pião e bolinha de gude
As amarelinhas
E as bonecas de pano
Enfim tudo
O que o vendaval não pode levar
Porque no pensamento está.




Papel envelhecido.

Peguei um papel
E enumerei
Tudo o que vivemos
Contei os bons e maus
Contei que corri
Contei que beijei
Contei que chorei
Contei o passado e escrevi o futuro
As decepções as alegrias
Agora o papel já está amarelado pelo tempo
Mas as expectativas estão mais vivas do que nunca
O beijo
A luz
A maresia
A areia
Enfim, tudo aqui está.
                                                                                       

Boas lembranças.

Os olhos que só ele tem
As mãos
A voz doce
Seu jeito único de ser
Duro e brincalhão ao mesmo tempo
Lembro o tempo de criança
Quando em teu coloco me colocavas
Quando afagas meu rosto
Quando aquela brisa me fazia sentir seguro
Quando minhas pernas não tinham mais forças
E tu vinhas me acolher
Quando acordava ao meu lado  e te sentia
Quantas saudades dos puxões de orelha
Quantas imagens tu me mostraste
Quantos campos nós caminhamos juntos
A cachoeira que me lavou
A cruz que me salvou
A mão que me afagou
Saudade da inocência
Saudade quando andávamos ser saber para onde
Mas tu nos mostravas o caminho
Quantas orações juntas
Quantas refeições
E confraternizações
Terço
Améns e aleluias
O poço
A sede
A mão que me deu de beber
Nas doze horas
Quando as pessoas de boa fama na rua não estavam
Somente eu e tu
Somente tua voz dizendo que estava com sede
E sem noção dizia minha sede é maior
Tu tinhas sede de mim e eu de ti
Tu me procuravas e eu te encontrei
Tu partiste o pão para mim
Corremos nos campos
Nos meios dos lírios
E deitei tranqüilo
Posso te olhar novamente?

Posso Voltar,meu amigo?


Saudades de entrar nas nuvens
Saudades da voz
Saudades das experiências
Saudades das ciências
Saudades das profecias
Saudades do aconchego
Saudades dos prodígios
Saudades das palavras de exortação
Que saudades das boas conversas
Saudades do abraço quando ninguém por perto estava
Deixa-me voltar meu amigo
Deixa-me ser o confidente novamente
Deixa-me ser o guerreiro
Deixa-me ser a ponta de lança novamente
Deixa-me aprofundar em ti
Eu não tenho para onde ir
Saudades de conversar contigo
Saudades do meu melhor amigo
Quando te vejo todo de branco
Branco feito o pão que me alimenta
Sinto o desejo de te tocar novamente
Deixa-me entrar nos santos dos santos
Deixa-me ser teu confidente meu amigo
Deixa-me te olhar novamente
Por mais que eu não mereça
Eu não tenho abrigo
Eu não tenho aonde ir
Deixa-me repousar nos teus braços
Deixa-me sentir o teu amor
Deixa-me ficar tranqüilo no teu aprisco
Posso voltar meu amigo?

 

domingo, 13 de março de 2011

Para pensar.

Filho vem para dentro não te quero ver brincando na rua com esse bixinha.
- Liga não meu filho teu pai literalmente é um xucro homofobico um dia quem sabe ele mude
- Pois é mãe o que eu não entendo é que o pai chama todo dia depois que a senhora sai pro trabalho, o Jorginho pra brincar lá no escritório
Será que o pai está com vergonha de assumir que depois de grande gosta de brincar é?

Para incomodar as feministas.

Pai chega cansado do trabalho e diz:
- Filhão pega um devassa lá pro pai
- Pai  vai dar não.
- Por que filho
- A Marcelinha não faz programa a domicilio
Mãe diz:
Que historia é essa?
- mor a Devassa cerveja mor
- a bom, porque hoje só tem a Boa que sou eu
- mãe, o pai falava pra mina da boate ontem
Nossa essa é boa e desce redondo também.
Depois um filho como este perde a mesada o pai é ruim.

Pensa

Pensa na criança abandona
Pensa na criança abortada
Pensa na escola
Pensa na roupa que tem que comprar
Pensa na pensão que tem que pagar
Pensa nas festas
Nos vestidos
Pensa no carro com 18
Pensa na viajem a Disney
Pensa no cachorro
Pensa no passarinho de estimação
Se não pensou, não dá.
Essa é a nova marchinha de carnaval.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Sonhando e caminhando.

Todos nós temos caminhos
Caminhos temos todos nós
Caminhos todos temos
Eu caminho
Você caminha
Por onde?
Não sei
Mas sei que caminho
Hora nas nuvens
Hora na terra
Os mortais já não me podem fazer mal algum
Vejo, escuto
E falo ao seu ouvido
Verdades, mentiras
Por fim meu caro
Na verdade é você quem caminha
Porque o meu caminha eu já completei
Durma bem meu anjo
E caminhe
Caminhe e sonhe
Tudo possa
Foi assim comigo também.



Eu.

Sempre fui obrigado aos outros obedecer
Sempre me tiraram tudo
Por fim me tiraram o que eu mais acreditava
Proibiram-me de chorar
E de comentar
Colocaram-me mascaras
Uma, duas, três...
As ultimas as mais sofridas
A máscara da tristeza,
Da dureza
Da saudade
Não sei mais quem sou
Perdi minha identidade
Ando por vagar
Sempre tudo me tiraram e essa dor eles não são capazes de tirar
Ando pelas ruas
Fui pedinte e andarilho
Hoje descanso!
Onde estou?
Não sei
Mas é claro e o sol não mais me queima.

domingo, 6 de março de 2011

Poesia

Quando leio uma poesia e nada entendo
O que fazer?
Como sentir
Devo ler quantas vezes?
Devo decorar?
Devo ler outra coisa e depois voltar?
Quando leio e sei que algo quer me dizer
Quando as palavras parecem tocar
Mas são desconexas?
O que fazer?
Nada simplesmente entre dentro dela
E tu veras ela te falará o que deves
Sentir
Ele tem espírito
Ela te escolhe não o contrario
Se deixe envolver.

De um titulo.

É bom chorar?
É bom sofrer?
Fortalece?
Faz-nos mais forte?
Faz-nos mais resistentes?
Escutei que lago ela chorava
Que no lago ele sofria
Sofria de amor
E quando me aproximei
Fui levado por seu encanto
Ouvi o canto
Desci ao lago
Entrei em um mundo belo
Não consigo sair
Confesso não acho a saída
Terei que ficar
Ao olha a superfície
Agora vejo outros a sofrer
A chorar
Tampe seus ouvidos
Não deixem se encanar
Ela canta
Ela sorri
Ela envolve
E leva e não devolve
Não choro mais
Não sofro mais
Não estou mais aqui
Não estou mais ai
Enfim eu não estou
Prefiro chorar e sofrer, mas existir
A nada sentir e não ser.

Tenho medo.

Sim eu tenho medo
Medo de sofrer
Medo de me ferir
Medo de não dar certo
Medo de perder
Medo de ter
Medo de sonhar
Medo de sorrir
Medo de gritar
Medo de dizer
Medo de falar
Medo de escrever
Medo de assinar
Medo de operar
Medo de curar
Medo de nada fazer
Medo de tudo ser
Medo
Medo de sentir medo
                                                                                      E medo de não sentir.

Amar.

Medo de ter,
Ou de não poder,
Andar, sem ter, onde se quer chegar.
Chorar, porque lágrimas se tem de sobra
E a sombra que te acompanha
Te ensina que em cada parede
Vês o teu retrato,
Tanto faz se for na sala, na cozinha
Ou no quarto, o retrato negro está contigo sempre.
Amar sem ter porque falar, nem responder
A quem perguntar.
Escreve o que pensas e jogues ao mar
A quem possa interessar. E se um dia chegar
Alguém, na porta pra te entregar palavras
Escritas num papel, não importa se é o teu
Porque o gosto amargo do fel e o cheiro
Forte que bate feito um vendaval,
Vão te fazer lembrar que o medo
De amar já passou.

Sonhar.

Como se explica o sonho?
É algo da mente?
Do coração?
Do destino?
Vidas passadas?
Ou será simplesmente do desejo da alma?
Do corpo?
Do ser?
Enfim seja o que for
Mas não me acorde se o sonho bom for!
Quando sonho perto do meu amor estou
Perto dos anjos
Perto de Deus e do céu
Perto das ruas
Perto das nuvens
Perto do seguro e do inseguro
Enfim quando sonho, estou livre
Ou será o sonho a própria liberdade?
Sonho
Sonhar é preciso
Que ama sonha
E quem sonha ama.






E as juras.

Um dia juraste amor
Amor nós juramos
Diante do altar
Diante do Cristo
No templo Cristão assim disseste
Agora vejo tudo se foi
Foi um sonho
Os passeios
Os cafés
Os planos
As viagens
Os filhos
As famílias unidas
As festas de ação de graça
Capitólio
Tudo se foi
Era um sonho
Acordei
Despertei
Hoje sou eu e dor
Sou eu e as lembranças
Tudo me consome
Tudo se encerra em ti
Por fim te digo
Se voltares é por que assim era para ser
Adeus

Aquela que amo.

Tu podes conhecer tantas belezas
Lugares lindos e cobiçados
Podes fazer o cruzeiro de sua vida
Podes conhecer o monumento mais importante
Podes dizer que conheceste de São Paulo a Fortaleza
Mas se teu coração está em tua terra natal
Nada terá graça
Se tuas forças se encontram em tuas raízes
O sol queima de mais
O dia não e sorri como lá
Teus amigos aqui não estão
Aqui não tens historia
Não tens fonte
Não tens vida
Tem acesso a cultura
Jantas e almoças nos melhores restaurantes
Tens as melhores casas dançantes
Mas confesso aqui não bate
Aqui não sinto
Aqui não tenho chão
A minha terra canta
A minha terra acolhe
Provinda do carvão, mas com historia
Nascida na dor e no trabalho, mas é aqui que eu amo
Parafraseando é aqui que eu quero ficar
Um dia eu irei voltar
Eu irei beijar tuas terras
Estou conhecendo tantas historias
Aqui passo e caminhos me são abertos
Eu não me preocupo de perder o elevador porque tem quem o segure
Eu não pego ônibus
Eu não tenho que andar
Eu preciso só chamar
Simples assim
Mas que saudades da terra
De andar de calço
De ser eu
De olhar luar
De ver os mineiros na praça
Tão pobrinhos perto de monumentos de Rio
De Minas
De São Paulo
Mas hoje olho com carinho
Olho com admiração
Com veneração
Eu amo
Eu quero ficar
Eu quero cantar
Catarina
Cresciuma
E Criciúma
Hoje longe te sinto
E te amo como és
Sem grandes shoppings
Sem teatros enormes
Mas tens o que de fato é importante para mim
Tens minha vida.

sábado, 5 de março de 2011

Moda.

Gravata amarela e camisa azul
E daí que não combina
Preconceito não combina com a nossa sociedade
E todo mundo usa
Por que eu não posso usar uma meia com cor vermelha, uma calça cinza e ou camisa verde
Não posso usar tudo bem
Mas tu ter preconceito pode né?
Ninguém liga quando tu maltratas um ser semelhante a ti
Gravata amarela
Não mas preconceito sim?
Nossa em que mundo nós estamos?

O Grito.

Quando gritei
Quando gritei nada mais eu pude fazer
Eu não pude ajudar
                                                       Eu não pude correr e me jogar ao chão
Eu grite
Pulei e esperneei
Mas nada adiantou
Tudo isso
Eu gritei
Após o gritou
Ouvi
E levei
E senti
Nossa agora tenho uma bala no peito
E me pergunto por que eu gritei?
O bandido pulava carnaval
Podia ser que nem minha carteira ira levar
Na cela tudo é apertado
Não tem como se divertir
Mas eu gritei
Estou baleado
Mas grite pelo menos algo eu fiz.

Eu vi.

Fui à praia e vi
Um médico, um advogado, um dentista, um gari
Vi um modelo
Viu uma artista de Tv
Então me sentei
Peguei uma água de coco
E percebi que dois homens se beijavam
E duas mulheres de mãos dadas estavam
Olhei que junto ao grupo tinha o bandido
Sim o bandido
Essa cidade que me refiro acolhe a todos
Sim a todos
Vemos isso tudo na cidade maravilhosa
Mas enfim bandidos por bandidos vemos
No Planalto no Senado
No tribunal
Única diferença que não desfrutam de uma linda orla. 

Os olhos..

Os olhos
Já paraste para refletir sobre os olhos?
Imagine se tu viste tudo escuro?
Imagina não saber como é a cor
Visto que não tem como explicar cor para quem nunca enxergou
Não verias os quadros de Picasso
Não verias o orvalho da manhã
Mas pelo menos não verias a mãe jogar a filha do prédio
Não verias o pai molestar a filha inocente
Não verias as injustiças
Não verias a impunidade
Mas não é certeza de que elas deixariam de existir
Pois a justiça também é cega e olha para os ricos
A justiça é cega
É cega mesmo
Que pena
Eu olho
Eu falo
E denuncio
Não tens medo?
Assombração sabe para quem aparece
Os olhos.