domingo, 6 de março de 2011

Amar.

Medo de ter,
Ou de não poder,
Andar, sem ter, onde se quer chegar.
Chorar, porque lágrimas se tem de sobra
E a sombra que te acompanha
Te ensina que em cada parede
Vês o teu retrato,
Tanto faz se for na sala, na cozinha
Ou no quarto, o retrato negro está contigo sempre.
Amar sem ter porque falar, nem responder
A quem perguntar.
Escreve o que pensas e jogues ao mar
A quem possa interessar. E se um dia chegar
Alguém, na porta pra te entregar palavras
Escritas num papel, não importa se é o teu
Porque o gosto amargo do fel e o cheiro
Forte que bate feito um vendaval,
Vão te fazer lembrar que o medo
De amar já passou.

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